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terça-feira, 6 de abril de 2010

A ditadura do medo..por Carla Prates

BOm esse é um dos textos da minha professora de jornalismo Carla Prates, que isso seja uma pequena homenagem, para mostrar o quanto você foi importante na minha vida (e claro continua sendo):

Desde o início do ano, a imprensa investe no que eu chamaria de A Ditadura do Medo. Não que o sensacionalismo não fosse seu principal recurso de audiência há tempos, mas agora a coisa se intensifica e as tragédias naturais são o alvo-mor. Nada melhor do que investir nas catástrofes, que tanto amedrontam e assolam a humanidade desde os primórdios, para estabelecer uma cultura do medo. Se temos medo nos tornamos passivos e nos protegemos, é uma sensação que provoca defesa e não ataque. E será que não é isso que se quer? Instituir a passividade? Educandos me disseram que seus pais, influenciados pelas más notícias da TV, já a apontam como um dos motivos de não deixar os filhos sairem de casa. A violência e agora as catástrofes, como deixar os filhos sairem de casa em um mundo como este? E isso é tão irracional que, mesmo diante de especialistas dizendo que não há evidência de hoje ter mais tragédias do que antigamente, muitos ainda acreditam no fim próximo. Melhor mesmo ficar em casa, protegido, assistindo mais e mais televisão... mas e se um terremoto ou tsunami (inclusive provocado pelas chuvas) invandir pela nossa porta adentro? Quem poderá nos salvar em tempos tão instáveis? Só mesmo tomando uma cerveja Devassa e comemorando a falta de criatividade dos nossos publicitários, que teimam em explorar o corpo da mulher e associar esse prazer ao da cerveja, e que seja feito um brinde também a ditatura do medo e da violência. Lembrei de Brecht:

"Nós vos pedimos com insistência: Nunca digam - Isso é natural - diante dos acontecimentos de cada dia, numa época em que é derramado
sangue inocente, em que o arbitrário tem força de lei, em que a
Humanidade se desumaniza, não digam nunca - Isso é natural - a fim de que nada passe por imutável."

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